Nesta quarta-feira (27), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que autoriza a criação da Alada, uma estatal subsidiária da NAV Brasil. A nova empresa será responsável por atuar na exploração de infraestrutura aeroespacial, além de desenvolver projetos e equipamentos para lançamentos espaciais, como os realizados na Base de Alcântara, no Maranhão. O texto segue agora para apreciação do Senado.
A proposta, de autoria do Poder Executivo, foi relatada pelo deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE), que destacou a importância da Alada para a geração de empregos e o fortalecimento da pesquisa em áreas estratégicas. “Essa estatal vai preencher uma lacuna da nossa indústria, promovendo avanços em inovação e pesquisa científica”, afirmou o parlamentar.
De acordo com o Ministério da Defesa, a criação da estatal está alinhada à Estratégia Nacional de Defesa, que visa tornar o Brasil menos dependente de fornecedores internacionais em setores críticos como o aeroespacial e o bélico. O governo acredita que a Alada ajudará a garantir autossuficiência em tecnologias sensíveis, além de impulsionar o desenvolvimento econômico e a segurança nacional.
A empresa também tem a missão de fomentar a inovação científica, capacitar profissionais e apoiar o avanço de tecnologias relacionadas ao espaço aéreo, diminuindo a necessidade de importar materiais e equipamentos. “Com essa iniciativa, podemos nos libertar de restrições impostas por critérios políticos de outros países e ganhar mais autonomia”, destacou um comunicado do Planalto.
A proposta de criar uma estatal voltada ao setor espacial não é nova. O tema começou a ser discutido no governo federal em 2012 e foi retomado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2018, mas acabou não avançando na época. O principal obstáculo sempre foi o receio de aumentar os custos da máquina pública, algo que gerou resistência nas equipes econômicas de governos anteriores.
Agora, o governo federal aposta na Alada como uma peça-chave para posicionar o Brasil no mercado aeroespacial global e ampliar sua influência tecnológica e estratégica. O empreendimento, apelidado pelo governo de “Embraer do espaço”, tem potencial para transformar a Base de Alcântara em um centro de lançamentos competitivo, capaz de atrair contratos internacionais.
Com a aprovação na Câmara, o texto será analisado pelo Senado. Caso passe por lá, a Alada será oficialmente criada, marcando um novo capítulo para o Brasil no cenário aeroespacial. Se bem-sucedida, a estatal poderá colocar o país em posição de destaque no mercado de tecnologia e defesa, com benefícios que vão além das fronteiras nacionais.
Imagem: Base de Alcântara / Valter Campanato
*Com informações do Portal da Câmara dos Deputados