Nos últimos dias, o Sul do Brasil tem enfrentado efeitos severos devido às queimadas na Amazônia. Regiões como Pelotas, São Lourenço do Sul e Arroio Grande, no Rio Grande do Sul, experimentaram calor extremo, céu alaranjado e, surpreendentemente, chuva preta. Este fenômeno ocorre quando a fuligem atmosférica proveniente dos incêndios se mistura com a precipitação, resultando em água da chuva com coloração escura.
Na terça-feira (10), moradores dessas cidades coletaram amostras da água da chuva para documentar o fenômeno. O Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) confirmou que a combinação de fuligem com a chuva gerou a coloração preta.
A chuva preta também foi registrada em Cerro Largo e Rocha, no Uruguai. A previsão meteorológica indica que Santa Catarina e Paraná poderão enfrentar o mesmo fenômeno até sexta-feira, 13, e que uma frente fria pode levar a chuva preta para Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A Epagri/Ciram explica que, enquanto a neblina é formada por gotículas de vapor de água e tende a dissipar-se rapidamente, a fumaça das queimadas, composta por partículas de material queimado, permanece no ar por mais tempo, intensificando a névoa. A fumaça é transportada para o Sul do Brasil por ventos do Norte e é aumentada por uma massa de ar seco e quente, que contribui para o calor extremo e a baixa umidade do ar na região.
Imagem: Gzh / Reprodução Cultura FM