Na última reunião ordinária do Conselho de Segurança de Timbó, realizada em 16/10, a Defesa Civil apresentou a Mochila de Emergência, também conhecida como Bug Out Bag. O projeto tem como objetivo educar a comunidade sobre a necessidade de se preparar para emergências.
O coordenador da Defesa Civil de Timbó, Fábio Melere, destacou ainda que “o objetivo dessa mochila é fornecer itens essenciais para garantir a sobrevivência por até 72 horas, tempo considerado crítico em casos de evacuação urgente”.
Apesar de inovadora para a cidade, a prática já muito conhecida e difundida em outros países. Ao contrário do que muitos imaginam, a mochila de emergência não está apenas associada a cenários apocalípticos, como retratado em filmes, mas sim a eventos reais e bem próximos da nossa realidade, como chuvas intensas, que já causaram desastres graves no Rio Grande do Sul, por exemplo. O foco da Defesa Civil é justamente preparar a população para esses riscos potenciais, ajudando a garantir que todos estejam preparados para se manter seguros e saudáveis em momentos de crise.
Além das intempéries climáticas, a mochila de emergência também é útil em situações como greves que possam comprometer o abastecimento de alimentos e água, energia elétrica, entre outros. A Defesa Civil ressaltou que, culturalmente, muitas pessoas não têm o hábito de manter estoques em casa, comprando apenas o necessário para o mês ou a semana. Segundo Melere, isso pode ser problemático do ponto de vista do gerenciamento de crises.
A mochila de emergência faz parte de um plano mais amplo, o Plano de Emergência Familiar (PLAF), que já é ensinado pela Defesa Civil nas escolas da região, especialmente para crianças do 5º ao 6º ano. A ideia é familiarizar a população desde cedo com os conceitos de autoproteção e preparação para situações adversas.
Os itens que compõem a mochila variam conforme as necessidades de cada pessoa ou família, levando em conta se o ambiente é urbano ou rural. A flexibilidade é um dos pontos fortes da “Bug Out Bag”, que pode ser personalizada com itens que o usuário saiba como usar. “Não adianta incluir um torniquete em um kit médico se você não souber usá-lo”, destacou o coordenador da Defesa Civil de Timbó, incentivando as pessoas a buscarem conhecimento, mas principalmente a montarem kits básicos com itens que dominem.
A Defesa Civil destacou a importância da autoproteção em larga escala, citando a teoria japonesa do 70/20/10. De acordo com essa estratégia, 70% da população deve saber como se autoproteger; 20% deve estar preparada para socorrer a si mesma e pessoas vulneráveis, como idosos e enfermos; e apenas 10% dependeria do socorro estatal, envolvendo órgãos como os Bombeiros, SAMU e a própria Defesa Civil.
Com a implementação desse tipo de planejamento e conscientização, a Defesa Civil acredita que a população poderá enfrentar situações de crise de forma muito mais segura e organizada, reduzindo a dependência de recursos do Estado e aumentando a capacidade de resposta em grande escala.
Confira na íntegra a entrevista com o Coordenador da Defesa Civil, Fábio Melere: