A fumaça proveniente das queimadas na Amazônia chegou a Santa Catarina, impactando a qualidade do ar e reduzindo a visibilidade em diversas regiões do estado. Desde sexta-feira (16), o céu catarinense tem apresentado um aspecto esbranquiçado, efeito do fenômeno que deve persistir ao menos até quinta-feira (22), segundo as previsões.
A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um alerta sobre a presença da fumaça, destacando que o fenômeno contribui para a piora da qualidade do ar, especialmente nas regiões do interior. Segundo Felipe Theodorovitz, meteorologista-chefe da Defesa Civil, a fumaça faz com que os níveis de umidade relativa do ar fiquem próximos ou até abaixo de 30%, o que agrava a situação.
Nas regiões litorâneas, a fumaça não é tão perceptível devido à presença de nevoeiros próximos à costa, que também afetam a visibilidade. Nesta segunda-feira (19), os três principais aeroportos do estado amanheceram fechados devido às nuvens baixas. Em Florianópolis, a capital, a visibilidade foi comprometida ao longo do fim de semana, apesar da presença dos nevoeiros que predominam próximo ao solo.
As queimadas na Amazônia atingiram níveis alarmantes em julho, com quase 3 mil focos registrados nos primeiros dez dias de agosto, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estado do Amazonas, onde 22 dos 62 municípios estão em emergência ambiental, registrou um incêndio próximo a uma área residencial em Boca do Acre (AC) na última quarta-feira (14). Durante o período de 180 dias, está proibida a prática de fogo no estado, mesmo com o uso de técnicas de queima controlada.
Previsão e recomendações
De acordo com Marcelo Martins, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram), a fumaça deve permanecer no estado pelos próximos dias, sendo dissipada apenas com a chegada de uma frente fria na quinta-feira (22). Ele ressalta que, além da fumaça, a nebulosidade baixa e o nevoeiro continuarão presentes, afetando a visibilidade.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina recomenda à população que tome medidas para minimizar os efeitos da má qualidade do ar. Entre as orientações estão o consumo frequente de água e a observação de possíveis sintomas de irritação respiratória, como tosse, dificuldade para respirar ou irritação nos olhos. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas são especialmente vulneráveis e devem procurar atendimento médico caso os sintomas se agravem.
A situação continua a ser monitorada pelas autoridades, que seguem em alerta para minimizar os impactos na saúde pública e na rotina dos catarinenses.