Praia Grande, uma cidade localizada no Extremo-Sul de Santa Catarina, está sofrendo os impactos de fortes chuvas que atingem a região, resultando em alagamentos, deslizamentos de terra e comunidades isoladas. Na noite de quinta-feira (15), várias áreas foram tomadas pela água e lama, causando danos e obrigando moradores a deixarem suas casas.
Pelo menos quatro comunidades – Pintada, Mãe dos Homens, Pedra Branca e Fortaleza – estavam isoladas devido aos alagamentos, conforme informações da prefeitura local. Além disso, famílias na localidade de Vila Rosa, no interior do município, também precisaram sair de suas casas devido às enchentes. A Defesa Civil providenciou um abrigo público adaptado para receber cerca de 20 pessoas no início da noite.
No centro da cidade, a Avenida José Inácio Júnior e a margem da rodovia SC-290 ficaram completamente alagadas e cobertas de lama. Várias famílias também foram forçadas a sair de suas residências devido à invasão da água. Dioni Procópio, morador da região central, relatou que a casa de seu pai foi a única na Rua Valdomiro Pereira Pinto que não foi atingida pelas águas, servindo como abrigo para cerca de 40 vizinhos desalojados.
Além dos alagamentos, Praia Grande registrou um deslizamento de rochas que interrompeu o trânsito na Serra do Faxinal, próximo ao Hotel Discovery.
Uma força-tarefa do Corpo de Bombeiros Militar, composta por 16 bombeiros e com o reforço de equipes de três municípios vizinhos (Criciúma, Araranguá e Passo de Torres), foi mobilizada para resgatar moradores em áreas alagadas ou em risco de deslizamento. Os trabalhos de resgate já estavam em andamento por volta das 21h.
Além de Praia Grande, outros municípios do Sul de Santa Catarina também enfrentam estragos devido às fortes chuvas ocasionadas por um ciclone extratropical que se aproxima do estado. Há relatos de ruas alagadas em Balneário Arroio do Silva, Sombrio e Santa Rosa do Sul, com a comunidade de Cantão da Peroba isolada devido aos alagamentos.
Devido às condições climáticas adversas, as aulas municipais foram canceladas em várias cidades da região, incluindo Passo de Torres, Araranguá, Turvo, Timbé do Sul, Balneário Gaivota, Praia Grande, Jacinto Machado e Ermo. As escolas estaduais do Extremo-Sul Catarinense também suspenderam as atividades.
O ciclone e a frente fria estão causando um volume de chuva significativamente maior do que o previsto para junho, com números impressionantes em algumas localidades. Palhoça e São José, cidades vizinhas de Florianópolis, acumularam juntas 207,8mm nos últimos cinco dias. No Litoral Norte, São Francisco do Sul e Itapoá registraram as maiores precipitações do estado, com acumulados de 234,2mm e 250mm, respectivamente.
A Defesa Civil alerta que o ciclone afeta todas as regiões do estado, mas os impactos são mais intensos nas áreas do Sul catarinense, onde a chuva é mais forte. Pelo menos 12 cidades da região já acumularam mais de 100 milímetros de chuva nos últimos cinco dias.
A situação exige atenção e cuidado por parte dos moradores e autoridades locais, que devem continuar acompanhando as atualizações dos órgãos responsáveis e seguir as orientações de segurança para lidar com as condições climáticas adversas.