📰 Redação Cultura FM | Julian Vilvert

Às vésperas da Páscoa, os ovos de chocolate tomam conta das prateleiras, mas nem todos são o que parecem. A alta histórica no preço do cacau neste ano tem levado à fabricação e venda de versões “fakes” dos tradicionais ovos de chocolate. Esses produtos se aproveitam da aparência e do sabor semelhante, mas não atendem aos critérios mínimos para serem considerados chocolate de verdade.

De acordo com a Anvisa, um produto só pode ser chamado de chocolate se tiver pelo menos 25% de sólidos de cacau. Quando essa quantidade não é atingida, o correto é rotular como “sabor chocolate” — informação que muitas vezes passa despercebida pelo consumidor.

O que está por trás dessa mudança?

A crise no fornecimento de cacau nos dois maiores produtores mundiais — Costa do Marfim e Gana — encareceu a matéria-prima e levou indústrias a buscarem substituições mais baratas. Gorduras vegetais, como óleo de palma ou de soja, passaram a ser usadas no lugar da manteiga de cacau, que dá sabor e textura ao chocolate verdadeiro.

Como identificar um chocolate “fake”?

É importante ler com atenção o rótulo. Produtos que têm cacau, massa de cacau ou manteiga de cacau entre os primeiros ingredientes são legítimos. Já os “fakes” costumam listar açúcar, óleos vegetais e aromatizantes artificiais logo no início da composição.

A diretora do Procon de Santa Catarina, Michele Alves, alerta: “Quando é muito barato, tem que desconfiar”. Ela reforça a importância de estar atento ao rótulo e à lista de ingredientes, já que muitas embalagens imitam marcas famosas ou usam linguagem confusa.

Escolha consciente

Apesar do preço mais alto, chocolates com maior teor de cacau são mais saudáveis e ricos em antioxidantes, enquanto os “fakes” tendem a conter mais gordura hidrogenada e aditivos. O consumidor tem o poder da escolha — e estar bem informado faz toda a diferença para garantir uma Páscoa saborosa e segura.

Imagem ilustrativa / Freepik

11/04/2025 – Cultura FM