Nesta quarta-feira, 11 de outubro, em resposta ao apelo do prefeito de Taió, Alexandre Purnhagen, três das comportas da barragem de Taió foram acionadas. O pedido foi dirigido ao governo estadual visando acelerar o escoamento da água que assola a cidade desde o final de semana, devido à pior enchente da história enfrentada pela pequena cidade do Alto Vale.
O prefeito compartilhou um vídeo nas redes sociais que retratava sua conversa com Frederico Rudolf, o coordenador de monitoramento e alerta da Defesa Civil de Santa Catarina. Durante a conversa, Purnhagen enfatizou que a maior parte da cidade estava debaixo d’água há três dias consecutivos.
“Os cidadãos de Taió estão à beira do limite. Por favor, revejam isso, é de suma importância”, expressou Purnhagen.
Rudolf explicou que a abertura das comportas é determinada por critérios técnicos para minimizar os impactos das inundações nas cidades do Alto Vale afetadas pela barragem. No caso de Taió, a água liberada afeta diretamente as cidades de Rio do Oeste, Laurentino e Rio do Sul. Naquele momento, apenas uma das sete comportas de Taió estava aberta.
Na madrugada, o governador Jorginho Mello comunicou por meio das redes sociais que, após conversar com o prefeito, ordenou a abertura gradual das comportas. Na atualização das 8h do mesmo dia, quatro das sete comportas de Taió já estavam abertas. O nível da barragem atingia 100%, situação semelhante à de Ituporanga, que tinha duas das cinco comportas abertas.
Como resultado dessa operação, o nível do rio se estabilizou em Rio do Sul durante a manhã, embora tenha diminuído novamente às 8h. A cidade ainda enfrenta a situação de enchente, com o nível da água atingindo 10,11 metros. Em Taió, no mesmo horário, a medição indicava 10,37 metros, quase dois metros a menos do pico registrado na segunda-feira, 9 de outubro.
Esta enchente representa um desafio significativo para as cidades do Alto Vale, com Rio do Sul e Taió sendo as mais afetadas neste mês. Taió atingiu a marca histórica de 12,11 metros, superando os registros anteriores das enchentes de 2011 e 1983. O aumento no nível do rio surpreendeu os moradores entre a noite de domingo, 8 de outubro, e a madrugada de segunda-feira, 9 de outubro, quando a água começou a atingir o segundo andar de muitos edifícios. O comércio, por sua vez, enfrenta prejuízos superiores ao esperado, e as ruas na área central de Rio do Sul se transformaram em verdadeiros rios devido ao nível da água, que não alcançava essas alturas desde 2017. Mais de mil pessoas buscaram abrigo em abrigos organizados pela prefeitura.