Ao todo, 5,3% dos americanos com mais de 12 anos têm Transtorno por Uso de Álcool (AUD), de acordo com a edição de 2019 da National Survey of Drug Use and Health (Pesquisa Nacional de Uso de Drogas, em português), promovida pelo governo dos Estados Unidos.
O Brasil, por sua vez, está se aproximando deste índice: uma publicação de agosto da SBN (Sociedade Brasileira de Neurologia) mostrou que quase 3% da população acima de 15 anos já pode ser considerada alcoólatra.
“Pesquisas indicam que o uso de álcool durante a adolescência pode interferir no desenvolvimento normal do cérebro adolescente e aumentar o risco de desenvolver AUD”, alerta Sandro Blasi Espósito, doutor em Neurologia e professor da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP.
“Além disso, o consumo de álcool por menores contribui para uma série de consequências agudas, incluindo lesões, agressões sexuais, overdose por bebida e mortes – incluindo aquelas decorrentes de acidentes com veículos motorizados”, completa.
Nessa mesma linha, a neurocirurgiã Vanessa Milanese, diretora de comunicação da SBN, comenta: “Estes números podem representar uma pequena fração da sociedade; porém, quando somados, correspondem a mais de quatro milhões de brasileiros”
Ela prossegue: “O declínio cognitivo causado pelo álcool provoca a alteração de funções cerebrais hipocampais. Ou seja: são milhares de pessoas que, futuramente, poderão ter problemas cognitivos, graves ou não, o que pode desencadear um grande impacto no atendimento de geriatras, neurologistas e neurocirurgiões em todo o Brasil”.
Bebida alcoólica em moderação também é prejudicial
Recentemente, estudo produzido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) apontou que o uso de álcool por pessoas de qualquer idade pode causar declínio de funções cerebrais – ou seja, problemas relacionados à cognição. Isso ocorre mesmo se as bebidas forem consumidas de forma moderada, uma vez que o acúmulo de ferro no cérebro tem sido associado a diferentes condições neurodegenerativas.
Fonte ND+