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Santa Catarina enfrenta uma preocupante situação de superlotação em suas unidades de saúde, com quase todas as regiões registrando uma taxa de ocupação de leitos acima de 90%. De acordo com dados atualizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) neste domingo (11), a taxa de lotação de leitos em todo o estado chega a 93,8%.
Das sete macrorregiões de Santa Catarina, seis estão com ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) nesta segunda-feira (12). A região mais afetada é o Grande Oeste, onde todos os 85 leitos estão ocupados. Apenas a região Sul apresenta uma ocupação abaixo de 90%, com 82,25%.
Essa superlotação é particularmente preocupante considerando o aumento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza nos primeiros meses de 2023, em comparação aos últimos cinco anos. Segundo o último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), esse aumento indica uma transmissão acelerada, que pode se intensificar considerando o período sazonal de transmissão de vírus respiratórios.
Em relação à faixa etária, as crianças com menos de 9 anos são as mais afetadas, representando 39,7% dos casos confirmados de SRAG por influenza. Os leitos pediátricos estão com ocupação acima de 90% em todas as seis macrorregiões catarinenses. O segundo grupo mais afetado são os idosos acima de 60 anos, representando 27,6% dos casos confirmados, o que demonstra a vulnerabilidade desses grupos em relação à infecção pelo vírus da influenza.
O aumento das taxas ocorre em meio a um período de frio intenso, aumentando o risco de ocorrências associadas ao declínio acentuado das temperaturas, especialmente nas regiões do Litoral Sul, Planalto Sul e parte do Oeste, conforme alerta da Defesa Civil deste domingo (11).
Diante desse cenário crítico, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Santa Catarina abriu um chamamento público com o objetivo de ampliar a oferta de leitos de UTI no SUS por macrorregião. O anúncio foi feito na última quinta-feira (8).
Essa medida visa responder à superlotação das unidades no estado, que enfrenta não apenas um cenário crítico relacionado à influenza, mas também à dengue e casos respiratórios. De acordo com o último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), 33 municípios atingiram o nível de epidemia para a dengue, com um total de 46 mortes confirmadas pela doença, o que agrava ainda mais a situação da falta de leitos.
O chamamento público busca credenciar hospitais com leitos de UTI neonatal e pediátrica, tanto públicos quanto privados, com ou sem fins lucrativos