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Redação Cultura FM
Um homem foi condenado a 18 anos e 11 meses de prisão por tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira, Suelen Aparecida de Melo, em Indaial, no Vale do Itajaí. O crime aconteceu em 26 de fevereiro de 2024, e o julgamento foi realizado nesta terça-feira (15), no Fórum da Comarca de Indaial. A sessão do Tribunal do Júri durou mais de 10 horas e contou com o depoimento da vítima e a presença de familiares.
Segundo a acusação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o réu, de 40 anos, não aceitava o fim do relacionamento de 15 anos com Suelen, com quem teve cinco filhos. Movido por ciúmes, ele invadiu a casa da ex-companheira e desferiu, pelo menos, quatro golpes de faca, deixando-a paraplégica. Na ocasião, Suelen estava acompanhada do filho mais velho, de 15 anos, que presenciou toda a cena. A mãe dela, que tentou intervir, também foi agredida.
Após o ataque, o agressor fugiu, mas foi preso ainda no mesmo dia e seguiu em prisão preventiva até o julgamento. A Promotoria destacou que o crime teve motivação passional e foi caracterizado como tentativa de feminicídio — quando a violência ocorre em razão da condição de gênero da vítima.
“Minha vida mudou completamente. Hoje, vivo em uma cadeira de rodas, dependo de pensão por invalidez e do apoio da minha família para cuidar dos meus filhos. Estou viva, mas carrego marcas que ninguém vê”, declarou Suelen. O caso teve forte repercussão na comunidade local e reacendeu o debate sobre a importância de medidas efetivas de proteção às mulheres em situação de violência doméstica.
A promotora de Justiça Patrícia Castellem Strebe, responsável pela acusação, reforçou que o Ministério Público atuou com firmeza para garantir justiça à vítima. “Assim como no caso de Maria da Penha, Suelen teve sua vida transformada por completo pela brutalidade de um homem que não aceitava o fim da relação”, afirmou.
Para a mãe de Suelen, Rosângela de Melo, a condenação representa um passo importante, mesmo que as sequelas físicas e emocionais da filha sejam irreversíveis. “A saúde plena dela não teremos de volta, mas agradeço a Deus por ela estar viva e pela justiça ter sido feita”, declarou.
Foto: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC