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O anúncio veio numa manhã comum de segunda-feira, mas tinha gosto de terremoto no continente da bola. Depois de décadas de nomes consagrados, ídolos nacionais e apostas caseiras, o comando da Seleção Brasileira, enfim, cruzou o Atlântico.
Carlo Ancelotti, 65 anos, cinco Champions League, e uma fleuma italiana que contrasta com a paixão desmedida do nosso futebol, é agora o técnico do Brasil.
Mais do que um nome, Ancelotti representa uma ruptura. Um movimento de humildade de uma CBF que, pressionada por fracassos recentes e pela sede de conquista, admite: precisamos olhar para fora. Precisamos de método. Precisamos de alguém que nos ajude a reaprender o caminho da glória.
Mas o que significa ter um europeu no comando da Seleção mais vitoriosa da história? O que muda quando o grito de “pra cima deles” precisa passar por um tradutor? Quando o samba do vestiário divide espaço com o silêncio metódico de um treinador acostumado ao rigor dos grandes clubes europeus?
Talvez mude pouco. Talvez mude tudo.
Ancelotti chega com o prestígio de quem já domou egos, venceu guerras táticas e sobreviveu ao Real Madrid. Chega com o respeito de um currículo que fala em 10 idiomas e levanta taças nos quatro cantos do mundo. Mas, principalmente, chega com a missão de dar ao Brasil o que ele perdeu: identidade competitiva.
E talvez seja disso que precisemos agora — não só de um treinador, mas de um maestro. Um homem capaz de harmonizar o improviso de Vinícius Jr., o talento de Rodrygo, a maturidade de Casemiro. Capaz de transformar bons jogadores em um time memorável.
Carlo Ancelotti estreia no Brasil no dia 26 de maio. Mas sua história com a nossa camisa já começa hoje. Com um contrato, com uma promessa — e com a esperança, silenciosa, de milhões de brasileiros.
(Aperte o play e ouça essa história em tom de crônica por Hudson Alves.)
Redação Cultura FM / Hudson Alves