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Renato Paiva deixa o comando do Botafogo após eliminação no Mundial de Clubes.

O fim chegou em silêncio, na madrugada desta segunda-feira (30), poucas horas depois da eliminação para o Palmeiras no Mundial de Clubes. Em nota oficial sucinta, o Botafogo comunicou a demissão do técnico Renato Paiva, encerrando uma passagem breve, mas carregada de significado, e de tensão, no comando do clube carioca.

A decisão, ainda que esperada nos bastidores, marca a primeira grande ação de John Textor desde que renunciou à liderança do Lyon para se dedicar integralmente ao Botafogo. É também um gesto simbólico: a busca por um novo rumo, depois de um projeto que não resistiu ao peso da expectativa.

Renato Paiva foi anunciado em fevereiro de 2025, após uma longa indefinição causada pela saída de Artur Jorge, que deixara o clube campeão da Libertadores e do Brasileirão. A missão era clara: manter o Botafogo no topo, consolidar o protagonismo e transformar a boa fase em hegemonia. Em campo, porém, a oscilação deu o tom.

Paiva comandou o time em 23 jogos, com 12 vitórias, três empates e oito derrotas, um aproveitamento de 56,5%. Entre os momentos marcantes, uma vitória histórica sobre o Paris Saint-Germain, por 1 a 0, ainda na fase de grupos do Mundial, se destacou. O feito, celebrado pela torcida, mostrava o potencial do time, mas também acentuava sua irregularidade. A eliminação para o Palmeiras nas oitavas de final, por 1 a 0, com gol na prorrogação, foi o ponto final de uma trajetória que, ao fim, parecia perder fôlego.

Em suas palavras após a derrota, Paiva falou em “orgulho”. Afirmou que sua equipe foi capaz de enfrentar um rival forte, e destacou o caminho percorrido até ali. Mas, no futebol brasileiro, especialmente em um clube renascido das cinzas como o Botafogo, o caminho raramente é mais importante que o destino.

O clube ocupa hoje o 8º lugar no Brasileirão, está classificado para as oitavas da Libertadores (contra a LDU) e da Copa do Brasil (enfrentará o Bragantino). Ainda assim, a expectativa era outra. E, com Textor mais próximo, a paciência também se encurtou.

A saída de Paiva ocorre dias depois de John Textor anunciar que deixará a linha de frente do Lyon para se dedicar mais ao projeto do Botafogo. “Estou ansioso para me reconectar com o Brasil”, disse o empresário, em entrevista recente, deixando claro que pretende assumir papel mais ativo nas decisões do clube.

Textor nomeou dois executivos para o Lyon, o alemão Michael Gerlinger como CEO, e a americana naturalizada sul-coreana Michele Kang como presidente e, livre da rotina francesa, volta a colocar o Botafogo no centro do tabuleiro da Eagle Football Group.

Sua promessa: buscar um nome à altura do projeto ambicioso. “Vamos lutar pelos bicampeonatos da Libertadores e do Brasileiro, além do título inédito da Copa do Brasil”, afirmou a nota oficial.

A demissão de Paiva é tanto um ponto final quanto um ponto de partida. O Botafogo entra novamente no mercado em busca de um técnico capaz de combinar resultado, identidade e estabilidade, algo raro em tempos de projetos globais e torcidas impacientes.

O desafio é imenso. Mas no futebol, como na política e nos negócios, não basta sonhar grande. É preciso saber executar.

Foto: Botafogo

Redação Cultura FM / Hudson Alves




30/06/2025 – Cultura FM

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