MENU



O cancelamento do encontro estadual do Partido Liberal (PL), previsto para este sábado em São José, expôs mais do que uma pausa na agenda política: revelou uma fissura na engrenagem que vinha sendo preparada para impulsionar a direita em Santa Catarina e no país. Intitulado “Rota 22”, o evento tinha caráter simbólico e estratégico, ele marcaria a reentrada do ex-presidente Jair Bolsonaro no circuito de pré-campanha, num ano que antecede as eleições e serve como termômetro para 2026.
A ausência de Bolsonaro, mais uma vez e agora oficialmente afastado de atividades por ordem médica, levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderar fisicamente os movimentos do PL ao longo dos próximos meses. E preocupa aliados.
O encontro reuniria ainda a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, peça central no projeto da legenda de manter vivo o eleitorado conservador, sobretudo entre mulheres evangélicas. Sem nova data anunciada, o cancelamento impõe um redesenho tático ao PL em Santa Catarina, estado onde o ex-presidente obteve uma das maiores votações proporcionais do país nas últimas eleições.
Apesar da baixa, o partido afirma que manterá reuniões regionais como parte da preparação para as eleições de 2026. A meta: não perder capilaridade em um estado hoje fragmentado entre conservadores tradicionais, liberais de ocasião e figuras alinhadas ao Planalto.
Duas siglas têm se destacado nessa disputa: o PSD, que aposta na popularidade do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, como pré-candidato ao governo estadual; e o PP, agora formalmente vinculado à Federação União Progressista, que une o Progressistas ao União Brasil sob a liderança do senador Esperidião Amin, político que há quase cinco décadas se mantém na mesma legenda e ainda goza de respeitável influência regional.
Com Bolsonaro temporariamente fora de cena e o PL buscando alternativas para manter sua influência, o xadrez político catarinense entra em estado de alerta e reposicionamento.
Foto: Redes Sociais Jair Bolsonaro
Redação Cultura FM / Hudson Alves