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“Pode vim, Marco! Taca-le pau nesse carrinho, Marco!”.
Foi ali, numa estrada de chão no morro da vó Salvelina, que um menino catarinense descia com o vento na cara e a liberdade nas mãos, guiando um carrinho de rolimã e carregando, sem saber, um Brasil inteiro na gargalhada.
O tempo passou. E o Marco, aquele do meme, cresceu.
Hoje, o “Marco Véio” é só o Marcos Martinelli, 23 anos, trabalhador da área de tecnologia, morador de Gaspar e… pai da pequena Heloísa, que chegou ao mundo no último sábado.
É nesse momento que a ficha cai pra gente: se o Marco Véio virou pai, a gente tá ficando velho também.
Mais do que um meme, aquela cena viralizada há mais de dez anos foi um retrato espontâneo do Brasil simples. Dois primos, um morro íngreme, uma câmera na mão, um sotaque que ninguém esquece. O vídeo tinha trinta segundos. A lembrança, essa dura pra sempre.
Na época, Leandro, o narrador oficial e empolgado da aventura, tinha 9 anos. Hoje é caminhoneiro, comprou o próprio veículo e pega estrada de verdade. Já o Marcos, o piloto destemido do rolimã, virou pai. E a vó Salvelina, que inspirava respeito e cuidado no vídeo, agora é bisavó.
Quem diria, hein?
Enquanto a internet de hoje nos entrega trends descartáveis, esse meme sobreviveu. Foi parar em comerciais de celular, hambúrguer, Fórmula 1. Virou símbolo de uma época em que ser viral era ser verdadeiro.
A chegada da Heloísa, filha do Marco Véio, nos obriga a reconhecer o tempo que corre. Porque memes envelhecem, sim. Mas as pessoas crescem, trabalham, casam, têm filhos, e continuam carregando dentro delas aquele brilho do começo.
É bonito ver que a vida não acabou no auge do meme. Pelo contrário: ela só começou.
O carrinho de rolimã ficou pra trás. Mas o “taca-le pau” agora é outro.
É a força de acordar cedo, cuidar de uma filha, ser exemplo, levar a família adiante.
E enquanto isso, a gente segue repetindo:
Mazá, Marco Véio.

Vídeo: Redes Sociais
Redação Cultura FM / Hudson Alves