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Nova ação em Ituporanga quer garantir condições dignas e legais aos trabalhadores do campo.
Conhecida como a capital nacional da cebola, Ituporanga está no centro de uma iniciativa que visa erradicar o trabalho análogo à escravidão em lavouras da região. O projeto “Contratação de Mão de Obra Legal na Cebola” vai visitar 50 propriedades rurais com orientações sobre regras trabalhistas, moradia digna e segurança dos trabalhadores.
Entre os anos de 2016 e 2024, 82 pessoas foram resgatadas de condições degradantes em lavouras da cidade, segundo o Observatório de Erradicação do Trabalho Escravo. Só em 2020, em plena pandemia, 65 pessoas foram encontradas em situação ilegal, muitas delas vindas do Norte e Nordeste com falsas promessas de bons salários e boas condições.
O projeto, desenvolvido pelo Sebrae, em parceria com a Faesc, Senar-SC e o Sindicato dos Produtores Rurais de Ituporanga, é uma extensão de ações já realizadas com produtores de maçã na Serra. A atuação inclui uma consultoria completa, com análise de mais de 100 itens em cada propriedade, como alojamento, banheiros, cozinha, pagamento de salários, alimentação e transporte. “A missão é preparar os agricultores para garantir condições seguras e legais de trabalho antes que a fiscalização chegue”, explica Ana Paula Rosenbrock, do Sebrae.
A primeira etapa das visitas ocorre entre 28 de julho e 22 de agosto e a segunda entre 22 de setembro e 24 de outubro. A ideia é orientar, corrigir falhas e evitar que novas denúncias manchem a imagem do setor agrícola da região.
Entre os casos mais graves registrados em Ituporanga, estão trabalhadores sem acesso a água potável, comida adequada, colchões, salário ou carteira assinada. Em um dos resgates, 18 homens do Ceará dormiam sobre tijolos e caixas de cebola no auge do inverno catarinense.
Com a nova ação, a esperança é virar essa página e mostrar que é possível produzir com respeito à dignidade humana.
Redação Cultura FM | Julian Vilvert
Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel