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Tarifaço dos EUA afeta exportações e provoca primeira queda no setor neste ano
A indústria catarinense teve um tombo em agosto: foram 1.647 vagas de trabalho fechadas, o primeiro saldo negativo do setor em 2025. O resultado acontece justamente no mês em que entrou em vigor o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, maior parceiro comercial de Santa Catarina no exterior, o que reduziu a produção em vários segmentos.
Entre os setores mais impactados estão fabricantes de produtos de madeira, compressores e móveis, que sentiram diretamente o efeito das novas tarifas. No geral, agosto também foi fraco para outros setores: comércio (-737), agropecuária (-587) e construção civil (-107) registraram saldos negativos.
Quem segurou o resultado do mês foi o setor de serviços, com a abertura de 3.397 vagas, o que garantiu ao Estado um pequeno saldo positivo de 315 novos postos formais em agosto. Mesmo assim, foi o pior desempenho mensal de 2025.
Ainda assim, no acumulado do ano, Santa Catarina registra números robustos: 83.817 novos empregos formais até agosto, crescimento de 3,26% — acima da média nacional (3,18%). A indústria ainda soma 28.790 vagas criadas no período, mostrando resiliência apesar do baque recente.
De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, Santa Catarina tem hoje a menor taxa de desemprego do Brasil: 2,2%, o menor índice da série histórica iniciada em 2012. Isso significa que o Estado opera em situação de “pleno emprego”, segundo o secretário de Planejamento, Fabricio Oliveira.
Para reduzir os efeitos do tarifaço, o Governo do Estado anunciou em agosto um pacote de R$ 435 milhões de apoio às empresas mais afetadas, com previsão de proteger cerca de 73 mil postos de trabalho.
No acumulado do ano, os setores de Indústria e Serviços respondem por aproximadamente 80% das novas vagas no Estado. Na indústria, os destaques foram a fabricação de alimentos (+4.846 vagas) e de têxteis (+3.329). Já em serviços, puxaram os números as áreas de saúde (+6.228) e administração pública e seguridade social (+6.051).
Mesmo diante das turbulências internacionais e da alta da Selic em 15%, Santa Catarina mantém desempenho acima da média nacional e se consolida como o 5º Estado que mais gera empregos no país, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Redação | Veronica Moser Ewald
Foto: Ricardo Wolffenbüttel/ Arquivo / SECOM