Pesquisadores da Oxford Population Health publicaram nesta terça-feira 26, os resultados de uma nova análise genética que sugere que o álcool acelera diretamente o envelhecimento. Segundo a pesquisa publicada na Molecular Psychiatry , a substância danifica o DNA nos telômeros, sequências repetitivas de DNA que cobrem o final dos cromossomos e os protegem de danos.
No levantamento, os pesquisadores investigaram a associação entre a ingestão de álcool e o comprimento dos telômeros em mais de 245.000 participantes no Biobank do Reino Unido. Eles usaram uma abordagem genética chamada Randomização Mendeliana (MR), que pela primeira vez é aplicada para investigar os efeitos do álcool no envelhecimento. Para este estudo, usaram ainda variantes genéticas que já foram associadas ao consumo de álcool em estudos de associação genômica em larga escala.
Para complementar a análise de RM, os cientistas realizaram uma avaliação observacional, com base no consumo de álcool semanal auto-relatado dos participantes, em que houve uma associação entre o alto consumo de álcool e menor comprimento dos telômeros, mas significativa apenas para aqueles que bebiam mais de 17 unidades por semana.
De acordo com a equipe de pesquisa, um potencial mecanismo biológico para explicar a influência do álcool no comprimento dos telômeros é o aumento do estresse oxidativo e da inflamação. O processo que decompõe o etanol no corpo pode produzir espécies oxidativas reativas que danificam o DNA e reduzem os níveis de compostos antioxidantes que protegem contra o estresse oxidativo.